A grande discussão do momento diz respeito ao aumento da desigualdade. Segundo a ONG britânica OXFAM, os 1% mais ricos do planeta possuem a mesma riqueza que os demais 99%. Lord John Maynard Keynes advertiu que era necessário salvar o capitalismo dos capitalistas. O Estado passou a regular os excessos do período anterior à crise de 1929, tempos sob o domínio dos "barões ladrões" : Andrew Carnagie, Rockfeller, etc. Tempo de domínio do capital monopolista e que desfazia a cantilena do "livre mercado", da "concorrência".
Discutir ciência não combina com adoração religiosa. A Economia não deve ser tratada como dogma, cujo fanatismo desvirtua a racionalidade e o equilíbrio do debate e esconde , em síntese, interesses inconfessos de concentração de poder e riqueza.
Dado o quadro, o prêmio Nobel de Economia, Joseph Stigltz esteve no Brasil debatendo a "crise" e a visão míope e religiosa sobre o "mercado".
Questionou a "austeridade" pregada pelo Chicago-boy Joaquim Levy. O "esforço" do superávit primário apenas para pagar...juros, isso mesmo, os maiores juros do mundo. Joaquim Levy, o homem do Bradesco, Bradesco que comprou a Vale do Rio Doce (hoje Vale "tudo") por R$ 3 bilhões e seu patrimônio era de mais de R$ 100 bilhões.
Outra discussão : independência do Banco Central. Mais do que é. Sim, independente em relação ao país, ao seu projeto. O Banco Central dissociado de um Brasil que quer seguir crescendo e distribuindo renda. Um Banco Central que desmancha sua fiscalização para facilitar falcatruas como as 8.000 contas secretas de brasileiros na Suíça abertas pelo narcobanco HSBC.
Aliás: se o Banco Central brasileiro é tão austero, por que o dos EUA emitiu moeda sem lastro?
Resposta : vir comprar empresas brasileiras, o pré-sal, o que restou do subsolo.
A entrevista de Stiglitz joga outra luz sobre a escuridão neoliberal e alerta para a prosperidade dos países cuja intervenção estatal via investimentos sociais é positiva, casos de Suécia e Noruega.